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Indignação

A violência tem se manifestado repetidamente em nossa sociedade extrapolando todos os limites. Ao nos deparamos com a intensidade em que se tem manifestado sentimos a impossibilidade de ignorá-la e nos indignamos.

A indignação, que é um sentimento bem humano, pode ter caráter sadio desde que nos impulsione a agir, a buscar a mudança, a transformação. Já está provado que métodos agressivos não funcionam, o resultado é sempre mais violência, afinal, a agressividade também é uma forma de violência. É preciso renovar conceitos, buscar soluções efetivas. Não faço apologia à impunidade, até porque não acredito nela, reconheço a disciplina como forma de educação e a obediência às leis como dever indiscutível. Pondero, entretanto que a agressividade é falta de argumento, pobreza de raciocínio e, portanto, ação dos ignorantes. Não me refiro aqui aos iletrados, afinal não são poucos os intelectuais em total desorganização mental, enquanto muitos homens tidos por simples nesse mundo realizam grandes trabalhos pacificadores em suas comunidades. Aquele velho ditado que diz: “os fins justificam os meios” mostrou-se na prática de muitos anos absolutamente falso e impróprio. Só quem planeja e objetiva os meios, tem como alcançar realmente os fins que pretende.

Os seres humanos, embora com variações de intensidade, carregam em si uma carga de agressividade que se manifesta ora sutilmente, ora de maneira mais ousada.  O fato é que quando reagimos diante de pessoas ou de situações que nos afiguram adversárias, expandimos nossa agressividade, sem pensar nas conseqüências. No entanto, quando agimos a favor de restabelecer posições que consideramos verdadeiras, seja em relação a pessoas ou situações, criamos novas possibilidades de sucesso. Nossos recursos são ampliados quando “agimos” e limitados quando “reagimos”; a diferença se estabelece pelo uso da razão e do bom senso adquiridos pela reflexão e nunca de ímpeto. Munidos desse equilíbrio somos capazes de realizar prodígios em nossas vidas e nas do que nos cercam. Somando forças com aqueles que também já perceberam que a violência do nosso mundo é de responsabilidade de cada um, estabeleceremos condutas menos hostis e desorganizadas para a nossa sociedade. Felizmente essas não são ações isoladas, muitos já se unem pela paz no mundo.

Assim, diante de atos humanos que nos ferem a alma, nos indignando o ser, lembremos que a ira, a cólera ou a repulsa nada constroem. A indignação pode ser um ponto de partida, mas não basta, é preciso ação, começando por nós mesmos o trabalho de rever conceitos arcaicos e eliminar a própria violência e agressividade.

Isso é comprometimento, é ação real contra a violência!

Suely Buriasco

2010-11-16T15:42:57+00:00
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