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morte

5 12, 2016

A vida não obedece os nossos planos

2020-12-14T02:41:03+00:00

Por Suely Buriasco

Existe uma expressão que diz “Quando penso que sei todas as respostas, a vida vai e muda as perguntas”; e é assim mesmo, quando menos esperamos tudo muda e as coisas tomam rumo muito diferente. Assim o é quando nos deparamos com as perdas, afinal nunca contamos com elas, não é mesmo? Perda da saúde, de entes queridos por morte ou separação, de confiança, de emprego, de sossego… Isso em relação a nós mesmos como também às pessoas que convivem conosco. Acontecimentos assim burlam nossos planos e são capazes de provocar grande insegurança, tristeza e desarmonia.

Mas o fato é que não se pode fugir das intemperanças e todos passam por momentos assim; a vida não obedece aos nossos planos e, não raras vezes, precisamos nos adequar às novas realidades. Lidar com perdas é uma das grandes dificuldades do ser humano, no entanto elas estão sempre acontecendo, fazendo parte da vida de cada um. O mais sábio, pois, e encarar a superação como um desafio constante e poderoso, capaz de nos mostrar novas oportunidades e meios diferentes de reencontrar o equilíbrio de nossas emoções. Fazer dos reveses alavanca que nos faça abandonar a zona de conforto e ir ao encontro de possibilidades diferentes é o que promove amadurecimento e evolução.

Facilita encontrar a superação quando entendemos que nada é eterno, tudo é passageiro e momentâneo, exceto nossa alma. É primordial, pois, nos livrar do apego, do desejo de manter tudo e todos. É preciso encarar a realidade de que um dia as situações e, até mesmo as pessoas se transformam e, por mais doloroso que isso possa ser, precisamos aceitar e reformular nossas vidas a partir disso. A aceitação e consequente adaptação faz parte do entendimento de que não tem mais jeito, que ocorreu mesmo a perda e a vida precisa continuar. Não estou dizendo que seja simples, longe disso; estou afirmando que é possível e que essa é, ainda, a forma menos dolorosa de encarar os fatos.

Independente de qual seja a perda que você vivencia nesse momento, lembre-se de manter a serenidade, não permitindo que o abalo seja ainda maior, dominando a sua mente. Procure equilibrar suas emoções de forma a aceitar o que não pode mudar e seguir em frente levando o aprendizado que certamente o fará mais forte diante dos torvelinhos da vida. Encare a doença, a separação, o fim e qualquer revés como oportunidade de reflexão e mudança; certamente isso fará de você uma pessoa mais madura e preparada para a vida em toda a sua complexidade. Afinal, existem muitas alegrias a serem vivenciadas que não podem ser desvalorizadas ou preteridas.

A vida não obedece os nossos planos2020-12-14T02:41:03+00:00
29 01, 2013

O que a tragédia nos ensina?

2013-01-29T21:56:30+00:00

* Por Suely Buriasco

A perda de um ente querido é sempre muito triste e perturbadora, por mais que saibamos que a morte é extensão da vida, nunca estamos preparados para ela.
Quando tragédias como a que se abateu em Santa Maria no Rio Grande do Sul, impõem-nos a morte ao pensamento, percebemos que fugir desse assunto, além de não nos afastar dele, ainda pode ter graves consequências. Por que pensar na morte se a vida está ai para ser vivida? “Uma balada é um negócio vantajoso, quanto mais clientes melhor; não há porque ser tão rígidos com a segurança, não vai acontecer nada”. Esse pode ter sido o pensamento dos donos da balada que marcou a vida de tantas pessoas. Mas e nós, quantas vezes negligenciamos a própria segurança e a dos que nos rodeiam por não querer pensar nos perigos, pensando algo do tipo “isso não acontece comigo ou com a minha família”?

Não se trata de viver com medo, longe disso, falo em viver com segurança. Falo em exigir que haja garantia nos lugares que frequentamos, falo em ensinar nossos jovens a necessidade de tomar atenção nisso. Tenho assistido depoimentos de autoridades indignadas com as falhas na segurança da dita balada; será que essas pessoas estão exercendo o seu poder de exigir ou fiscalizar a segurança? Ou apenas apontam o dedo, sem olhar ao seu redor? Será que avaliamos bem esse quesito quando elegemos alguém para qualquer cargo político? Isso é cidadania, será que sabemos exercê-la plenamente? A brusca tragédia nos enche de questionamentos, claro jamais poderíamos esperar que a alegria de tantos jovens acabasse desse jeito. Mesmo não sendo a primeira vez que acontece, mesmo tendo exemplos pelo mundo todo. Todos temos familiares queridos que frequentam baladas, bares, restaurantes, igrejas, ou seja, lugares públicos onde muitas pessoas se aglomeram. Nós mesmos fazemos isso e, muitas vezes nem nos lembramos de observar a segurança do lugar. Mas a tragédia de Santa Maria esta gritando ao mundo que isso pode sim acontecer a qualquer um! Exigir segurança é muito mais que um direito nosso; é um dever de todos para com todos. Não sei se podemos chamar essa tragédia de fatalidade; desígnios há que respeito por não ter compreensão plena; mas tenho convicção que a morte jamais acontece por acaso ou em vão. Creio numa força superior que opera a vida e a morte, mas também que existe a parcela humana e que tragédias assim devem servir, no mínimo, como aprendizado a favor de todos.

Não falar, não considerar ou fugir dos perigos de morte pode ser o que há de mais perigoso na vida. Um assunto tão natural deve, a meu ver, ser discutido no sentido de buscarmos a aceitação do que nada puder ser feito e inspirar ação naquilo que está em nossas alçadas realizar. Todos nós morremos um pouco com aqueles jovens, aqueles pais e familiares; somos um pouco eles, porque fazemos parte da família humana. O aprendizado é para todos!

 

O que a tragédia nos ensina?2013-01-29T21:56:30+00:00
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