Bullying e a Mediação de Conflitos
admin2010-11-24T19:47:49+00:00Por Suely Buriasco
Bullying é um termo da língua inglesa que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas que são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia. O objetivo é intimidar ou agredir uma pessoa que não tenha a possibilidade ou capacidade de se defender, numa relação desigual de forças ou poder.
O bullying escolar vitima muitas crianças e adolescentes que podem se tornar adultos com baixa auto-estima; que tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Quando se verifica a indisciplina dos alunos em atitudes de rebeldia e agressões, há a necessidade de mudanças paradigmáticas profundas na escola, afinal educar é muito mais que transmitir conteúdos; é preparar o ser humano para a construção de uma vida digna. A Mediação de Conflitos, envolvendo diretores, professores e alunos, pode trazer uma grande colaboração no intuito de buscar entender os motivos, os porquês que estão por detrás de cada fala. Afinal, é uma alternativa na resolução dos conflitos baseada no respeito, na responsabilidade e na cooperação. A negociação e o diálogo são vitais para entender o outro e suas manifestações; neste novo paradigma é preciso compreender primeiro e não apenas penalizar, assim o conceito de culpa muda de enfoque e assume o conceito de responsabilidade. Dessa forma o que se busca é a reparação, pois a culpa não resolve nada, apenas paralisa e exclui. O castigo promove exclusão enquanto a responsabilidade gera a transformação, pois transfere a pessoa de expectador para protagonista da situação.
Crianças e jovens agressivos manifestam desejo de reconhecimento, de “ser alguém” e vontade de poder se expressar, opinar e deixar sua marca. Normalmente, expressam pela agressão a ausência dos pais, de limites e de afetividade. Vivenciam por isso grave crise de autoridade rebelando-se diante de qualquer tipo de imposição. Para os alunos adolescentes que desejam ter identidade própria, independência significa subjugar alguém. Então aparecem as gangues. Desejam mostrar poder e por sentir-se rejeitados o fazem pela força física. O enfrentamento direto não é, pois, a melhor alternativa na resolução de conflitos dentro da escola, tampouco o é a indiferença.
A atitude hostil ou de indiferença são especialmente cruéis para o aluno agressivo e funcionam como incentivo para novas manifestações negativas. Assim como no contexto da Teoria da Atividade, um dos aspectos é a motivação do aluno no processo de ensino e aprendizagem; diante da resolução dos conflitos não é diferente. No âmbito complexo da educação, devendo predominar a solidariedade, o respeito e a imparcialidade; o professor é o mediador ou facilitador; cabendo a ele incentivar, motivar, direcionar e mediar o desenvolvimento educacional do aluno em toda a sua amplitude.
A mediação é um processo que analisa o conflito em si e suas manifestações relacionando-o a má comunicação, incompreensão, dúvidas e rejeição. Todos devem ganhar na mediação escolar, pois, o trabalho é focado nas pessoas envolvidas; assim a resolução dos conflitos é protagonizada por elas. Nesse novo paradigma, o conceito de quem ganha e de quem perde deve ser superado e o aluno sentindo-se satisfeito redireciona a sua ação, afastando-se da agressividade. Sentindo-se valorizados, aceitos e ouvidos, os alunos que se deleitam com o bullyng não vêem mais razão para exercer essa forma de poder e podem se transformar em grandes aliados do instituto escolar, assumindo papeis de importância na manutenção do mesmo e no bem estar de todos.
É assim que a escola pode promover a paz, a proteção e o respeito entre os alunos, desenvolvendo realmente o seu papel de educador cidadãos mais dignos e felizes!