Não suponha, pergunte
admin2016-03-28T14:48:00+00:00Por Suely Buriasco
“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter… calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias”. Grande Clarice Lispector!
Julgamos pessoas e situações com base nas nossas próprias crenças e valores; não estamos acostumados a olhar para o outro incluindo o seu próprio contexto de vida. Grande parte das pessoas avaliam assim: pensam como eu? Estão certos. Discordam? Estão errados. E alguns vão ainda mais além classificando como: do bem e do mal. Também é preciso ter cautela em relação a outra consequência dos julgamentos que é tirar conclusões precipitadas, ou seja, julgar de forma distorcida o posicionamento alheio. Importante perceber que quase sempre as questões que geram os desentendimentos não são relativas ao certo e errado ou ao bem e ao mal; elas se referem única e simplesmente ao diferente e desconhecido.
Entramos em conflito sempre que nos deparamos com um conceito diferente do nosso e nos sentimos ameaçados. Então o instinto de defesa se aflora e temos necessidade não só de negar, mas de destruir literalmente o que nos parece oposto. Infelizmente, nem sempre as pessoas ficam apenas no campo da ideia e sentem necessidade de destruir quem a detém também. É assim que surgem muitas rivalidades que se transformam em inúmeras formas de violência.
Lamentavelmente, quando nos sentimos de alguma forma afetados nos tornamos seletivos e só absorvemos o que afirma a nossa indignação. Não ouvimos o outro, não questionamos suas razões, não observamos melhor seu posicionamento. Está errado e pronto, dai surgem os julgamentos e na falta do respeito, os insultos e desentendimentos. Então os relacionamentos se perdem, causando, no mínimo, sérias e doloridas decepções. O importante de conhecer esse comportamento comum é estar alerta contra ele.
Assim, algumas atitudes são fundamentais para a construção de relacionamentos saudáveis:
- Desenvolver a empatia que aproxima e facilita todo tipo de relacionamento;
- Respeitar e compreender o outro, mesmo não concordando com ele;
- Aceitar que ninguém é dono da verdade;
- Não supor sem constatar
- Não concluir antes de questionar e checar o entendimento
O fato é que adoramos fazer afirmações, mas o que move os bons relacionamentos são as perguntas.