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resiliência

12 09, 2024

Sobre tantas e tamanhas contradições humanas

2024-09-12T01:56:39+00:00

A reflexão sobre o 11 de setembro e seus desdobramentos toca profundamente nas contradições humanas. Naquele dia, vimos o ápice da brutalidade, quando seres humanos se lançaram à morte para matar seus semelhantes. É um símbolo do quanto a violência, o ódio e o fanatismo podem corroer a alma e desfigurar o valor da vida.

Este evento, junto com as guerras que continuam devastando nações, num grito de desesperança e incredulidade. As queimadas provocadas pela ganância, irresponsabilidade e maldade do homem que fere seu próprio habitat sem medo, nem piedade. Rivalidades fraternais que dividem famílias, irmãos que perdem a noção dos verdadeiros bens que deveriam uni-los e se lançam uns contra os outros. São esses quadros que refletem uma face sombria da humanidade. A ganância, o desejo desmedido de poder e riqueza, leva ao sofrimento coletivo e ao colapso de valores essenciais como empatia e solidariedade.

Difícil não nos abater diante da magnitude do mal que ainda reina desafiando nossa vontade de transformar, de lutar por um mundo mais pacífico. E, muitas vezes, tudo acontece tão próximo, na nossa própria vida, entre os que mais amamos, na nossa própria família. Decepções, desilusões, injustiças, ingratidão. Somos continuamente provados em nossas mais profundas crenças.

No entanto, em meio a tanta destruição e desânimo, surge a necessidade de lembrar que não podemos perder o ânimo. Há um espaço para a reconstrução, para o reerguimento da esperança. Cada tragédia revela também histórias de coragem, compaixão e resiliência. É nesses momentos que se revela a força da humanidade para se regenerar. A bondade, mesmo em tempos sombrios, é uma centelha que nunca se apaga.

O que precisamos é reforçar o compromisso com o bem, buscar conexões genuínas e lembrar que, por mais que o mal pareça prevalecer em certos momentos, há sempre espaço para o amor, para a compaixão e para a renovação. Não perder o ânimo é um ato de resistência e fé.

Sobre tantas e tamanhas contradições humanas2024-09-12T01:56:39+00:00
21 06, 2020

Ostra Feliz não faz Pérola

2020-06-21T22:53:16+00:00

Adoro ler Rubem Alves e seu livro “Ostra feliz não faz pérola” é um dos meus prediletos. Não é a primeira vez que escrevo sobre ele, penso que vivemos um momento muito oportuno para as suas reflexões.
A pérola não é natural na ostra, na verdade é um tipo de mutação que ocorre quando um grão de areia entra na cavidade daquele molusco. É um corpo estranho e a ostra o rejeita envolvendo-o com uma substância que se solidifica de forma lisa e arredondada que conhecemos como pérola e que é muito valiosa. Na visão do poeta esse grão de areia causa dor à ostra e ela pensa: “Preciso envolver essa areia pontiaguda que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire as pontas…” Daí o título do livro.
Penso na dor que nos acomete como sendo também um corpo estranho porque acredito que a natureza humana é feliz e acho brilhante a comparação de Rubem Alves: “Pessoas felizes não sentem necessidade de criar”.
Quando é que saímos da área de conforto, nos impulsionando para criar novas alternativas? Não é quando algo nos provoca, nos assusta ou causa dor? É por isso que as nossas maiores realizações acontecem quando estamos em conflito, quando precisamos superar dificuldades e criar opções diferentes. Dificilmente alguém que se sinta bem quer avançar sabendo que enfrentará desafios. Não dizem que “time que está ganhando não se mexe”? E é assim também que muitos perdem a oportunidade de crescer pessoalmente e profissionalmente, ficando estagnados.
Transformar nossas dificuldades em pérolas é aproveitar da dor para conquistar ganhos muito maiores. É inovar-se; é reinventar-se! A natureza é toda mutável e assim também nós, seres humanos, podemos ser mais flexíveis e desafiadores. Usar de nossa inteligência para criar novos conceitos, formas mais dignas de viver e inspirar nossos semelhantes.
Ostra feliz não faz pérola, segundo o autor, representa as suas próprias areias pontiagudas que o machucam; “para livrar da dor, escrevi”. Mas é, sobretudo, uma doce inspiração para todos os que se sentem machucados pelas arestas da vida a encontrar a sua própria fórmula de produzir uma preciosidade a partir delas.
Além de deixar de sofrer, ainda merecerão a joia. E o que pode ser mais valioso na vida que a superação de si mesmo?

Ostra Feliz não faz Pérola2020-06-21T22:53:16+00:00
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