No início dos anos 60 o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg elaborou o método da “Comunicação Não Violenta” conhecido pelas siglas “CNV”. Trata-se de uma abordagem que compreende as habilidades de falar e ouvir baseadas na empatia. Rosenberg explica que os praticantes precisam se concentrar em quatro componentes: observação, sentimento, necessidades e pedido.
Observar sem criar juízo de valor, buscando compreender o que se gosta ou não do que está acontecendo. Depois, é preciso entender qual sentimento a situação desperta em si mesmo. Identificar e resolver conflitos e saber a diferença entre o que se sente e o que se pensa ou interpreta. A partir da compreensão do sentimento despertado é preciso reconhecer quais necessidades estão ligadas a ele. Rosenberg ressalta que quando alguém expressa suas necessidades, há uma possibilidade maior de que elas sejam atendidas. Então é possível formular o pedido. O especialista recomenda usar uma linguagem positiva, em forma de afirmação.
Especialistas afirmam que a maneira como os alunos são tratados na escola refletem no adulto que elas se tornarão. A busca de desenvolver diálogos positivos dentro das salas de aula é uma forma de evitar agressões que influenciam a formação do caráter do aluno. É muito importante que se esclareça que a aplicação da CNV nada tem a ver com permissividade. Eu diria que é exatamente o contrário, pois, ao sermos permissivos não conseguimos nos conectar com a criança, muito menos entendemos suas necessidades. O caminho não é reprimir e nem permitir atitudes inadequadas; acolher o sentimento que gerou o mau comportamento é uma maneira pacífica de redirecionar a atitude da criança.
A prática da “CNV” pelos profissionais da educação amplia a possibilidade de crianças e jovens tornarem-se adultos mais conscientes e autoconfiantes, consequentemente, mais aptos a edificar relacionamentos sadios. Além dos benefícios aos estudantes, a “CNV” cria uma nova forma de interação na escola, refletindo na família e em toda a comunidade. Um caminho para uma sociedade mais pacífica onde as pessoas se entendam pelo diálogo franco e esclarecedor.