Por Suely Buriasco
O homossexualismo e todos os conceitos que englobam o tema são antigos, causando sempre muita polêmica. Entretanto, a decisão do STJ – Supremo Tribunal Federal – que reconhece casais homossexuais como uniões estáveis levantou novas discussões.
A novela “Insensato Coração” tem inspirado interessantes reflexões sobre todo o preconceito que ainda envolve o homossexualismo. A personagem Sueli (Louise Cardoso) é uma mulher alegre e despojada, dona de um quiosque que se tornou ponto de encontro de gays na praia, tem toda aparência de uma pessoa despida de preconceitos. No entanto, no desenrolar do drama, seu filho Eduardo (Rodrigo Andrade) descobre-se apaixonado por Hugo (Marcos Damigo) o que provoca grande transformação na imagem da personagem Sueli, que mostra a sua revolta pronunciando a frase: “Filho gay, não!” e é acusada de homofóbica por Hugo. Mais uma vez, a ficção retrata a realidade.
Muitos pais passam por grande sofrimento desde o momento que desconfiam da homossexualidade de um filho ou filha. Mesmo os mais abertos, considerados modernos, chocam-se quanto à possibilidade de viver essa realidade na própria família. Muitos até aceitam bem, mas apenas por não verem outra opção, pois, dificilmente um pai deseja ter um filho gay.
Isso parece facilmente explicável já que, de forma geral, pais procuram proteger seus filhos contra qualquer reação negativa do mundo em que vivem. O que se observa é que, com preconceito ou não, a descoberta do homossexualismo é sempre motivo de grande conflito nas famílias.
Reagir com violência e agressividade é o caminho mais curto para cavar grande abismo nos relacionamentos familiares. Portanto, todo cuidado é importante tanto para os pais como para os filhos que enfrentam essa situação. A medida certa para um entendimento é invariavelmente o respeito e o bom senso de ambas as partes. Em casos delicados como esse, o bom é que pais e filhos se preparem para uma conversa franca, evitando falar de ímpeto.
Os pais devem avaliar o sofrimento que seu filho (a) está passando ao enfrentar essa realidade, buscando conceber suas idéias. Também o filho (a) precisa compreender a relutância dos pais em aceitar a mesma realidade. Munidos de muito amor e respeito sempre será possível dialogar e chegar num entendimento no qual uns não queiram mudar os outros, mas basicamente compreender uns aos outros. Também se pode pensar em acordos nos quais sejam fixados alguns códigos de conduta, principalmente se moram juntos. Por exemplo: os pais mesmo buscando compreender o direcionamento sexual do (a) filho (a), podem pedir para que esse não traga o namorado (a) em casa, pelo menos de imediato. Acordos pré-estabelecidos podem evitar conflitos e promover maior harmonia.
Penso que o mais importante não seja a direção sexual dos filhos, mas a orientação segura dos pais transmitida com respeito e afeto. Afinal, independente da sexualidade de cada um, tanto sofrimento ligado à promiscuidade, doenças, gravidez indesejada entre outros, poderiam ser evitados com a proximidade entre pais e filhos. O grande sentido da família é a busca de harmonização que só é possível quando movida por forte sentimento de amor e respeito.
Homo ou heterossexuais; filhos são sempre filhos e sempre valerá à pena compreendê-los e orientá-los!