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Intolerância

A intolerância, representada pela falta de habilidade ou vontade de considerar diferentes pontos de vistas, está presente na esfera das relações humanas fundadas em sentimentos e crenças idealísticas. A prática cultural da intolerância é motivo de controvérsia e normalmente está ligada ao preconceito e até a discriminação.

É importante observar que muitas pessoas se empenham em debater a intolerância alheia, mas poucas ainda se voltam a reconhecer e lidar com a própria intolerância. A grande maioria das pessoas olha a intolerância como algo de grande proporção e ignora as intolerâncias mesquinhas do dia a dia que, embora de menor repercussão, não são menos prejudiciais. Destacam-se tipos comuns de intolerância social como o racismo, a homofobia, o etaísmo e, ainda, a intolerância religiosa e política. Mas, há que se considerar, que a intolerância se manifesta em qualquer tipo de idéia considerada “verdade absoluta” pela qual se justifica oprimir e marginalizar, colocando na posição de contrários todos os que não comungam os mesmos ideais. Assim, toda intransigência com relação a opiniões, atitudes, crenças ou modo de ser de outra pessoa denota falta de respeito e representa grande dificuldade no relacionamento humano. Então não é a falta de condescendência um dos maiores motivadores dos conflitos interpessoais?

Vivemos sob paradigmas constituídos por crenças, valores e ideais herdados de nossa família de origem, do contexto social e, ainda, apreendidos ao longo do tempo. São modelos essenciais porque constituem a base de nossas ações e pensamentos. No entanto, corresponde à grande perigo fechar-se nesses conceitos tornando-se pessoas intransigentes e inflexíveis. Não somos seres “acabados”; estamos sempre em “construção”, isso nos dá o direito de nos transformarmos diante dos acontecimentos e lições que a vida nos apresente. As experiências vividas nos indicam campos de ações que necessitam ser moldados de forma diferente e é preciso muita coragem para ultrapassar as barreiras dos velhos paradigmas, criando novas e mais condizentes maneiras de conduzir a própria vida. A compreensão desse mecanismo de vida é campo fecundo para a tolerância; cada pessoa vive o seu próprio caminho e mesmo tendo afinidades; jamais serão uníssonos.

Entre lutar por nossos ideais e desrespeitar os pensamentos alheios existe um abismo imenso que pode ser transferido para os relacionamentos, causando muita dor. Cuidemos, pois, para que as nossas verdades sirvam para o nosso próprio bem estar e afastemo-nos da prepotência de as considerarmos universais e inequívocas.

 

 

2012-02-06T16:24:57+00:00
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