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Sim a Educação, Não ao Aborto

Por Suely Buriasco

Diante de tantos apelos envolvendo o tema aborto, inclusive questões eleitoreiras, fico pensando se as pessoas estão realmente atentas quanto à importância desse tema e suas consequências sociais.
Num levantamento histórico dos aspectos jurídicos relativos ao aborto desde o Código de Hamurabi, um dos mais antigos conjuntos de leis escritas já encontrados; passando pelas contituições do Brasil Império, Brasil República até o Código Civil em vigor,  incluindo ainda a Declaração dos Direitos humanos da ONU evidencia-se, muito embora haja variações no que tange a interpretação e as punições, o caráter criminoso do aborto em todos os tempos. Lembrando que a Constituição Brasileira garante a inviolabilidade do direito a vida, pois a vida em si é um direito natural; podemos afirmar que a legalização do aborto corresponde um retrocesso na lei humana. Dar cidadania ao aborto é o mesmo que legalizar o infanticídio, o homicídio, o latrocínio e tantos outros crimes sob a alegação de que eles deixariam de acontecer.
Os que defendem a legalização do aborto baseiam-se em justificativas infundadas e irreais. Dizem que vidas seriam poupadas pois, por se tratar de um crime, o aborto é praticado indevidamente, às ocultas, por pessoas incapazes e aventureiras, comprometendo muitas vezes a saúde de quem as procura.
Inserir essa prática no sistema público de saúde com a alegação de preservar a saúde da mulher é fugir da realidade em que vivemos, onde homens, mulheres, idosos e crianças doentes morrem sem atendimento em filas intermináveis por todo o país. Esta alegação é no mínimo leviana e não tem a mínima razão de ser.
Ainda justificam os defensores dessa idéia que a mulher tem direito ao seu corpo e, portanto, pode expulsar dele um ser indesejável. No entanto, sendo o feto outro corpo, não teria ele também direito a optar pela vida?
A ciência se divide apontando as divergências e convergências em relação a quando a vida é iniciada; alguns neurocientistas acreditam que a vida do feto se inicia com a formação do cérebro, em contrapartida, segundo Hipócrates, o pai da medicina, opinião compartilhada por muitos geneticistas, a vida humana se inicia ou começa a sua existência na fecundação.
Explica-se que neste momento, todos os elementos para definir o futuro ser humano já estão presentes no material genético das duas células monozigóticas que se encontram. O conceituado geneticista francês Jérôme Lejeune, pesquisador que identificou a origem genética da chamada Síndrome de Down, afirmava categoricamente que a vida humana tem início na fecundação, quando a fusão do espermatozóide e do óvulo dá início a um terceiro corpo.  Autoridade mundial em biologia genética, reconhecido como um dos fundadores da citogenética humana ao ser questionado sobre o aborto nos casos dos fetos que apresentam anomalias, Dr. Lejeune afirmou: “para mim, o aborto é um crime em quaisquer circunstâncias. Os fetos que apresentam problemas, as crianças que nascem doentes, com síndrome de Down, por exemplo, têm todo o direito de viver, o mesmo direito dos seres humanos considerados 100% saudáveis. Os defensores do aborto dizem que o feto na barriga da mãe, não é uma pessoa, ainda não vive. Isso é uma distorção da verdade científica”.
Vejo com pesar essa discussão que se intensificou sem demonstrar respeito ou preocupação com as nossas crianças e jovens que a acompanham assustados. Educação sexual, esclarecimento das questões científicas ligadas à concepção e diálogo aberto e franco é o que realmente será capaz de evitar abortos e cuidar da saúde física e mental da mulher. Num país com dificuldades imensas como o Brasil a solução mais segura é a educação não só de alunos, mas de suas famílias para que compreendam e assimilem elementos básicos da vida entre os quais a concepção. E isso é um trabalho muito maior do que distribuir preservatvos e contraceptivos!
É, pois, na valorização da educação e no investimento ao educador, ampliando seu conhecimento e sua área de ação, que deveriam estar focados aqueles que assumem a responsabilidade pela melhoria de vida do nosso já tão sofrido povo brasileiro.

2010-11-16T15:38:48+00:00
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