Fazendo o Caminho
admin2017-07-02T22:54:33+00:00Por Suely Buriasco
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”.
Aventurando-me por esse pensamento de Paulo Freire coloquei-me a analisar o quanto nossa ansiedade na conclusão do que almejamos pode nos afetar negativamente. Quantas vezes nos esquecemos que é preciso aprender a caminhar? Quantas vezes não nos frustramos simplesmente porque pegamos o caminho pronto?
Toda realização tem tempo certo para ser edificada e o que nos cabe é saber direcionar nossos esforços na sua execução, mas também saber esperar o momento propício para ir adiante. Entretanto nem sempre nossos planos se concretizam, então é necessária a paciência e perspicácia em reformular, em retocar “o sonho pelo qual se pôs a caminhar”.
Para não desistir e se perder pelo caminho, muitas vezes será preciso mudar a rota, adicionar uma curva ou o que seja. A vida não é estática, o caminho de nossos sonhos também não!
Infelizmente, diante dos obstáculos muitos deixam de sonhar, abandonam-se num caminho inacabado ou enveredam-se em trilhas prontas, seguindo passos que não são seus, buscando realizações que não são suas e acabam vendo a vida como algo insignificante e sem conteúdo. É preciso que observemos que caminho pronto é atalho já trilhado e não representa o nosso próprio caminhar. Buscar facilidades jamais nos propiciará a satisfação de sermos os construtores de nosso próprio caminho. Assim, por mais que as dificuldades se avultem, vale superar, criar novas alternativas e persistir na edificação de nossos sonhos.
Não se pode acreditar que sabemos o que queremos apenas por planejar. Nosso querer se evidencia na ação, no cumprimento, no desbravar de nossa própria estada. É um conhecimento que se adquire gradativamente e de forma constante e é a determinação nessa busca que nos faz mais humanos, maduros e gentis. Sim porque ao nos conscientizarmos de nossas próprias dificuldades, nos tornamos mais compreensivos diante das dificuldades de nossos semelhantes, convivendo de forma harmônica com eles.
Aprendamos, pois, a caminhar sem esperar que nossos planos se realizem facilmente, não nos deixando estacionar nas decepções, não nos atendo em frustrações sempre infecundas. “Fazer o caminho caminhando”; refazendo e emoldurando nossa estrada quantas vezes for preciso, sem jamais deixar que nada nos impeça e, igualmente, não impedindo a liberdade do caminhar alheio.