Ansiedade Natalina
admin2012-12-13T16:35:12+00:00* Por Suely Buriasco
Impressionante como a aproximação das festas de final de ano desencadeiam conflitos familiares! Parece que todos os problemas da família se juntam e se multiplicam nessa data do ano, levando muitas pessoas a sofrer logo que começam a se deparar com o clima natalino.
Muitas são as lamentações que se intensificam nessa época, mas as que maiores tribulações ocasionam são as referentes a briga entre irmãos ou cunhados, desentendimentos com os sogros e pais separados. O convívio familiar apresenta maior grau de complexidade por corresponder a um maior nível de intimidade. Portanto, até certo ponto os conflitos familiares são normais, o problema é que quando não são bem gerenciados, transformam-se em briga acirrada e se estabelece na família um verdadeiro ringue. Penso que alguns pontos podem ser levantados no sentido de que cada um busque entender seus sentimentos em relação ao que o incomoda, a fim de compreender qual a intensidade da emoção que o poderia privar de estar junto com a família nesse Natal.
Muitas vezes as pessoas acreditam que podem intrometer-se na vida do familiar por gostar dele, por desejar-lhe o melhor. Isso é muito comum nos pais, por exemplo, e quase sempre causa imenso problema com noras e genros. É como se o amor os credenciasse a agir de maneira própria, ignorando o mal estar que causam. Também há as rixas de variadas formas pelas quais uns querem superar os outros nas mínimas coisas, esse é um relacionamento competitivo muito comum entre irmãos e cunhados. Também a competição se evidencia nos casos de pais separados que acabam fazendo com que os filhos desejem “dividir-se em dois” para livrar-se das consequências de escolher com quem estarão nesse Natal. Em todos é possível vislumbrar egoísmo e intolerância que estão sempre muito interligados. Se você sofre dessa ansiedade natalina é bem provável que numa alto-avaliação encontre esses transtornos comportamentais.
O egoísta transforma a alegria de uma festa em obrigação chata e até mesmo insuportável. Os pais, por exemplo, costumam instigar a culpa nos filhos e, às vezes, apercebem-se muito tarde do mal familiar que provocam. O intolerante não consegue ouvir o que as palavras não dizem; se mantém inflexível e não busca harmonizar as situações. É um comportamento comum também entre cunhados, que ainda instigam os irmãos; e entre sogros, noras e genros. Pessoas egoístas e intolerantes não respeitam a individualidade, nem os sentimentos de seus familiares; só não ficam totalmente só por ter algum tipo de poder sobre o grupo.
Para obter-se um novo destino é preciso mudar os caminhos que levam a ele. Uma boa medida para evitar que nesse Natal se repita o que aconteceu no ano passado é mudar a forma de conduzir os preparativos. Assim, buscar ser mais tolerante e compreensivo pode transformar a chatice da festa ou a tristeza da ausência em momentos agradáveis que traduzam mais a essência de amor que a comemoração inspira. Para tanto seja criativo, busque alternativas pacificadoras, negocie situações de forma que as pessoas sintam que seus sentimentos são levados em conta, mas que precisam considerar o sentimento do outro também
Seria ótimo, mas não me refiro à utopia pela qual todos passem a se respeitar e gostar de repente. Falo de buscar o entendimento, de vislumbrar alternativas pacificadoras, de ouvir mais, entendendo e tolerando as diferenças de opinião. Falo de alguém dar esse primeiro passo, iniciar essa aproximação que pode gerar frutos importantes no futuro e, principalmente, terminar com os sofrimentos que se repetem a cada ano.
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