Quem tira quem de quem?
admin2013-05-13T19:25:34+00:00Por Suely Buriasco
A personagem Bianca da novela Salve Jorge, interpretada por Cleo Pires, tem dado muito que falar nos círculos femininos: umas defendem a ousadia da moça, mas outras abominam com veemência. Não há dúvida de que a Bianca luta pelo que quer e, nesse momento, ela quer o Zyah, interpretado por Domingos Montagner, mesmo depois de ele ter se casado com Ayla, interpretada por Tânia Khalil.
Buscar o que se deseja ou, no caso, quem se deseja é louvável desde que não represente prejuízo moral para si mesmo, prejudicando quem quer que seja. Entrar num processo de pura sedução, estabelecendo claramente uma competição está longe de ser uma atitude saudável e é essa postura da Bianca que “enfurece” suas oponentes da vida real. Até porque é sabido que, de forma geral, os homens têm grandes dificuldades de se portarem de forma racional diante de uma mulher sedutora.
Mas as que defendem Bianca alegam que não se pode desistir de um amor e, portanto, usar dos atributos que tem é um meio de conquistar quem se deseja. Isso é muito relativo e estando numa situação assim é muito importante buscar refletir em valores existenciais, porque ninguém poderá ser feliz agindo em incompatibilidade com o que acredita. Não sabemos como será na novela, mas na vida real os índices apontam claramente que o homem que sede aos encantos de outra mulher e se deixa seduzir, aproveita a oportunidade, mas acaba optando por manter o casamento.
O fato é que um homem casado estabeleceu compromissos com a esposa e somente ele sabe a extensão de seus vínculos com ela. Entre a volúpia da paixão e o enlevo do amor, a opção normalmente será pelo amor; mas cabe apenas a ele próprio fazer essa opção. Ter conhecimento disso é importante para saber os riscos que correm mulheres que agem como a Bianca, evitando a angústia de se sentir usadas e ainda assistir à própria frustração.
Independente das opiniões o que fica claro é que, na realidade, ninguém tem o poder de “tirar alguém” de outra pessoa. As pessoas criam vínculos e se comprometem com as outras por que assim o querem e da mesma forma agem ao se descomprometerem. Não há, pois, razão para colocar-se em luta armada para tirar alguém de quem quer que seja.
Os “Zyhas”, “Aylas” e “Biancas” da vida real terão que fazer suas próprias escolhas e, obviamente, responder pelas consequências delas. Simples assim!