* Por Suely Buriasco
Parece que frustração é o sentimento comum de quem acompanhou a Rio +20, afinal os resultados ficaram muito aquém ao esperado. Difícil até é usar a palavra “resultados”… Enfim, toda evolução caminha em passos lentos, porque assim funciona o ser humano, e até numa situação de urgência como a questão da vida em nosso planeta o processo não é diferente.
Mesmo não sendo nem perto do que desejávamos; a discussão dos líderes do mundo todo em nosso país evidencia e divulga a questão da sustentabilidade e sabemos o quanto o povo brasileiro precisa dessa conscientização. Penso que se essa mensagem tiver continuidade, deixando apenas de ser tema de redação nas escolas, mas efetivamente ser motivo de discussão em nossa sociedade, será um grande passo. O trabalho minucioso de conscientizar pessoas para a necessidade de pouparmos os recursos naturais a fim de que a vida siga seu curso normal na Terra é de estrema importância.
Esperava-se mais das autoridades mundiais, mas criticar apenas não basta. É preciso que se desenvolva um trabalho educacional no sentido de mudar comportamentos inadequados em relação à conservação da natureza. Enquanto esperamos que as ações aconteçam pelos outros, uma boa medida seria observar o que cada um de nós tem feito nesse sentido e mais, o que estamos ensinando nossas crianças e jovens a fazer. Penso que esse seja o grande ponto: formar pessoas sustentáveis!
Ser uma pessoa sustentável exige esforço e não é fácil abandonar as facilidades no dia a dia, só é viável quando se tem em vista algo maior e é essa a visão que precisa ser incentivada. Pode-se aprender a olhar com maior amplitude e isso é trabalho de cada um que já entendeu essa necessidade. É importante que se criem políticas públicas visando maior comprometimento com o equilíbrio na exploração dos recursos naturais. Entretanto, é fundamental a mudança de comportamento em todos os setores de nossa sociedade com a implantação de ações efetivas que incentivem maior comprometimento de todos pela causa.
Há muito pouco tempo as pessoas desconheciam o que é sustentabilidade, hoje o termo já se populariza através de campanhas educacionais e eventos como a Rio +20 tem também essa função. Da mesma forma, não faz tanto tempo que pessoas entenderam que a luz não vem da tomada e que é preciso poupar energia; nesse caso a conscientização foi feita direto no bolso do consumidor, mas aconteceu. É possível, pois, criar medidas educacionais e disciplinadoras que levem, de alguma forma, as pessoas a pensarem sobre o que pode custar para si mesmo e para os seus o descaso com os recursos naturais.
O urgente é abandonarmos a ilusão de que isso não nos compete e, realmente, abraçarmos essa causa em casa, no ambiente de trabalho, no lazer, na vida. Influenciando outras pessoas a sair do padrão “cada um por si” e pensar de forma colaborativa, afinal, podemos não estar na mesma canoa, mas literalmente estamos no mesmo planeta!