* Por Suely Buriasco
Participar da Bienal do Livro no Rio de Janeiro foi uma experiência enriquecedora que certamente não me sairá da memória. Segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), que promove esta edição, a Bienal deste ano deve ter recebido mais de 640 mil pessoas; o que representa um recorde importante.
Os autores estrangeiros fizeram grande sucesso, o que é positivo, embora não devesse representar um desprivilegio para os autores nacionais. Culturalmente o povo brasileiro, de forma geral, tem uma forte tendência em valorizar tudo o que vem de outras pátrias; e com livros não é diferente. Tanto é assim que as dificuldades em publicar um livro no Brasil são imensas, afinal é muito mais lucrativo para as editoras comprar selos de livros que já são sucesso no estrangeiro. Em contrapartida, o público da Bienal/2011pode curtir no “Café Literário” um debate sobre a atração exercida pela latinidade nos intelectuais brasileiros. Também a língua portuguesa esteve em discussão no encontro Última Flor do Lácio, Inculta e Bela. O poeta mato-grossense Manoel de Barros foi homenageado com a leitura de alguns de seus poemas pelo ator Antonio Calloni e a poetisa Elisa Lucida. Além de muitas outras atrações que enriqueceram todos os dias da feira.
Algo que chamou minha atenção foi a maciça presença do público infanto-juvenil. Muitos jovens e crianças passearam pelas ruas do Riocentro, considerado o melhor centro de convenções da América Latina, com todo o entusiasmo que lhe são peculiares, transmitindo alegria e disposição. Lotaram os estandes e não apenas se limitaram a buscar e comprar livros; conversavam e interagiam com os autores. Recebi muitos deles no estande da Novo Século Editora; ao mesmo tempo em que queriam tirar fotos com a autora, promovendo grande folia, também me fizeram perguntas muito interessantes e maduras. Ficou evidente a grande curiosidade que a Bienal incutiu neles. Como é através da educação que novos caminhos se descortinam, esse tipo de incentivo é fundamental para que num futuro próximo tenhamos mais adultos amantes da leitura no Brasil.
A Bienal do Rio de Janeiro desse ano não só superou as expectativas de seus idealizadores como de todos que participaram expondo suas obras ou visitando os bem montados estandes da feira. O que se espera é que cada vez mais pessoas compreendam a importância de incentivar e participar de eventos como esse.
Que venha a Bienal do Livro de São Paulo 2012!
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