Por Suely Buriasco
A Copa do Brasil não foi nossa e é sempre difícil lidar com frustrações, mas não se pode mudar o resultado vexatório do jogo contra a Alemanha, portanto o melhor é aceitar. O hexa foi adiado, nosso grito de campeão também perdeu a força, realmente, não foi dessa vez… Embora ninguém queira admitir a possibilidade, perder faz parte do jogo e quem entra numa competição sabe que não existe meio termo; ou ganha ou perde.
Penso que, embora o adiamento do sonho, muitos ganhos podem ser computados, mas é preciso que se queira absorver a situação da melhor forma. Fracassos trazem em si muitas lições e talvez a maior delas esteja correlacionada com o poder de reerguer-se, de superar e se fortalecer. Só ao cair descobrimos do que somos capazes e criamos a autoconfiança, elemento fundamental para alimentar nossa autoestima e satisfação.
Outro ganho, sem dúvida, foi o sentimento de patriotismos que nos inundou não só pelo futebol; ser anfitrião da Copa nos encheu de orgulho, sobrepujando todas as dificuldades que vivemos. Claro que sabemos o quanto deficitário encontra-se o Brasil em todos os níveis; até mesmo o básico é insuficiente. Educação, saúde, segurança e uma lista enorme de setores deficitários causando tanto sofrimento a nosso povo. Não concordo que a torcida brasileira desconhece ou releva nossa realidade, penso que nosso povo tem por cultura sorrir, buscar o bom humor em todas as situações. Além do que somos muito criativos e as brincadeiras mesmo diante da derrota foram manchete até mesmo no exterior. Desculpe os pessimistas, mas o brasileiro tem alegria genuína.
Agora é retornar à rotina e, mesmo diante do fracasso, com a alma lavada, afinal houve diversão, foram momentos de grande vibração com amigos e familiares. A Copa, sem dúvida, promoveu alegria, união e motivação que podem e eu diria mais, que devem ser trazidos para nosso dia a dia, nos estimulando no enfrentamento das adversidades. Para tudo existe um tempo certo, há o tempo da diversão e há o tempo da ação diante dos deveres que nos compete.
O próximo grande evento do Brasil é em outubro quando estaremos escolhendo nossos governantes; momento de imensa seriedade e bom senso. Trabalhemos para que a vitória venha na política com consciência e respeito, lembrando que cada eleitor tem direito a ideias e posicionamentos próprios. Que acima de qualquer interesse pessoal, o patriotismo prevaleça e nos inspire na edificação de dias melhores para todos os brasileiros.
