Em época de eleição uma das coisas que mais ouvimos falar é na impunidade.
Escândalos se sucedem e vão parar nas manchetes dos jornais e revistas, a corrupção se avoluma e as pessoas parecem ter perdido o mínimo de dignidade quando falam de seus crimes como se fosse uma vantagem, já que a certeza da impunidade é grande em nosso país.
O Mal, como a zombar do Bem, surge em deboches cada vez mais descarados e revoltantes. A falta de equidade e de justiça nos feitos públicos é berrante e até aterrorizante. Pessoas que deveriam ter o mínimo de postura pelo cargo que ocupam, sequer demonstram respeito pelos que lá os colocaram através do voto. Cidadãos honestos são tratados com escárnio, com total menosprezo por políticos inescrupulosos e iníquos.
Enquanto isso a miséria toma conta de nosso país; é de cortar o coração ver, mesmo que pela TV, pessoas andando com baldes na cabeça atrás de água, elemento básico da vida! Sem contar as crianças que sobrevivem sem as mínimas condições de saúde. Eu poderia tecer um rol de desumanidades cotidianas, mas essa realidade nacional não é novidade. O novo seria que cada pessoa incorporasse de seu poder de dizer não a esses acontecimentos que causam indignação e revolta em qualquer cidadão de bem.
Com certeza estamos diante de uma questão educacional, de quebra de paradigmas antigos nos quais o fundamento se evidencia por questões pessoais e, muitas vezes, imorais. Nossas crianças e jovens precisam ser esclarecidos da significância do momento, afinal é dessa nova geração que se espera as mudanças precisas e urgentes que nossa sociedade clama. É então que, mas uma vez, nosso papel de educadores se evidencia, pois é urgente que apresentemos aos nossos filhos e alunos os valores morais e éticos que devem imperar num momento decisivo, quando a ação da cidadania é premente. Mas eles não se conscientizarão disso enquanto nós, adultos, não acreditarmos que podemos e devemos agir de forma que as mudanças que desejamos aconteçam. Não estaremos passando aos nossos jovens valores morais se ainda não nos dispomos a entender que eleição é momento de definição, pois, somos responsáveis pelos atos de cada político no qual marcamos o nosso voto. Se ainda não incorporamos a ideia de que é tempo de discernir responsabilidades, assumindo o nosso papel nesse quadro de iniquidades, tampouco estaremos passando esses valores às gerações mais novas.
Não nos omitamos do dever de educar e, dessa forma, reflitamos sobre os nossos próprios atos, deixando de lado interesses pessoais mesquinhos; manifestemos às nossas crianças a possibilidade de depositar confiança nas pessoas que se mostram mais aptas a cumprir com seus deveres. Mas, para tanto, desempenhemos, de preferência junto aos nossos jovens, seja em casa ou na escola, uma tarefa investigativa e prudente. Então eles compreenderão a importância da ação consciente da cidadania e aprenderão que o voto deve ser encarado como um dever de responder pelos próprios atos e os de outrem. Afinal “o povo tem o governo que merece”.
Como brasileira, na firme concepção de que a grande maioria do ser humano deseja a justiça, espero que o Brasil tenha uma semana iluminada e que o senso ético e moral de cada brasileiro estejam em alta!
Suely Buriasco
Educadora, Mediadora de Conflitos e Palestrante