* Por Suely Buriasco
O que me levou a escrever o livro “Mediando Conflitos no relacionamento a dois” foi a constatação que os casais que procuram ou são encaminhados para a mediação, na sua grande maioria, já estão separados e lutam por questões práticas, como a guarda dos filhos ou divisão de bens. Entretanto, o que se observa é que o real conflito é muito anterior, correspondendo a mágoas que foram acumuladas durante os anos que ainda estavam juntos.
O diálogo propiciado pela mediação faz com que cada um expresse seus sentimentos e vontades para o outro e então os acordos relacionados às questões práticas acontecem de forma a satisfazer a ambos. Um dos objetivos da Mediação de Conflitos é exatamente esse, que todos os envolvidos se sintam beneficiados. Mas para que isso aconteça é necessário que o diálogo flua!
A ideia é apresentar a Mediação de Conflitos como uma filosofia de vida pela qual cada um se coloque apto a resolver seus próprios problemas. A Mediação de Conflitos fez-me entender que é possível aprender a se relacionar melhor com nossos semelhantes e que para tanto existem técnicas didáticas muito eficazes. Nesse sentido procurei expor, de forma simples, o que nós mediadores chamamos de “ferramentas” da mediação, que são técnicas para melhorar o diálogo, no sentido de ouvir não apenas com o aparelho auditivo, mas com a alma na busca de compreender o outro e permitir que ele o compreenda também. Porque, muitas vezes, nós queremos ser compreendidos, mas não permitimos isso, não abrimos o nosso coração, não procuramos falar de maneira a sermos entendidos.
O leitor de Mediando Conflitos no relacionamento a dois não irá encontrar soluções prontas para melhorar a sua relação com seu cônjuge, mas certamente se municiará de reflexões que o direcionem a encontrar a sua própria maneira de gerenciar os seus conflitos. Isso porque a pessoa mais apta a resolver os seus problemas é aquela que os possui. E o que é muito interessante para um casal, pode se transformar num desastre para o outro. É preciso mesmo ter cuidado com receitas prontas para bons relacionamentos, pois, as pessoas têm maneiras diferentes de entender as situações. Uns gostam do amarelo, outros do azul: não dá para generalizar! O ser humano é único!
Mas, apesar de sermos únicos e de cada relacionamento ter a sua particularidade, existem sinais de alerta que devem ser observados pelos casais, caso um ou mais deles apareçam é importante buscar o diálogo e, se ele não for possível, a ajuda de um profissional.
Os sinais mais comuns são:
– Silêncios Injustificáveis;
– Tédio inexplicável
– Ira em relação ao cônjuge;
– Saturação de assuntos e hábitos;
– Desassossego no lar;
– Falta de intercâmbio
No livro explico cada um desses sinais, mas para você que ainda não teve a oportunidade de ler, faço um alerta importante: ignorar a situação aflitiva num relacionamento é o mesmo que ativar uma bomba-relógio: tem tempo certo para detonar. Mascarar o estresse com desculpas do tipo “não temos tempo” ou “estamos passando uma fase ruim” são padrões arcaicos que já provaram não funcionar. O melhor é reconhecer as deficiências o quanto antes e começar paulatinamente a operar mudanças no ritmo de vida.
Esse é o convite de meu novo livro: autoconhecimento, compreensão, autoconfiança e realização!