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Pessoas Difíceis

É natural apresentarmos dificuldades no relacionamento com algumas pessoas com as quais possuímos idéias antagônicas e contrastantes. Entretanto não é isso que faz com que essa pessoa seja considerada difícil, normalmente é apenas alguém que nos provoca em nossas próprias inquietações.

Pessoas difíceis são aquelas que mantêm desânimo constantemente e com todos os que dela se aproximam. São pessoas mal-humoradas, deprimidas e pessimistas que fazem questão de contaminar o ambiente por onde passam. Existem ainda os petulantes, os que vestem a máscara da superioridade, os “donos da verdade”, que na sua prepotência tratam todos com desdém. Nesses ainda se enquadram os arrogantes que parecem sentir prazer em humilhar e oprimir a todos. É importante a compreensão que todo esse aparato é realmente uma máscara, ou falsa aparência, que esconde na verdade pessoas inseguras, extremamente infelizes e solitárias que apresentam elevado complexo de inferioridade. São pessoas que se consideram de tal forma incapazes de manter qualquer vínculo sadio e que inconscientemente ou não, se apropriam de uma grandeza que sabem nem de longe possuir para esconder-se, defender-se, manter-se incógnito. Isso é compreensivo em indivíduos assim destituídos de auto-estima, pois, um dos maiores desafios humanos é relacionar-se com seus semelhantes, mesmo porque isso implica no desenvolvimento do respeito, da aceitação e, principalmente, do autoconhecimento. Pessoas difíceis têm pavor em conhecer-se!

A partir dessa compreensão onde se esclarece a real personalidade das pessoas que se sentem impedidas de manter sequer um colóquio simpático, fica mais fácil aprende a lidar com elas. Uma tática infalível é nunca reagir as suas provocações; quando reagimos estamos revidando, ou seja, transferindo nossas palavras e ações para o campo do outro, aceitando o seu controle. É como se num jogo aceitássemos as cartas que nos foram dadas e, mesmo sem termos iniciado, déssemos sequência a partida. Claro que estaremos em desvantagem, afinal aquele é o jogo do outro. Mas, se ao contrário, diante das provocações agíssemos, isso é, começássemos o jogo com as nossas cartas e o nosso jeito de jogar, então estaremos em grande vantagem. Pessoas que não buscam harmonia não sabem lidar com gentilezas e amabilidades, por isso essas ações as desarmam totalmente, afinal elas não se sentem capazes de agradar, não sabem jogar esse jogo. Assim, responder aos impropérios hostis e impertinentes com firmeza, mas sem revides é uma opção inteligente que traz inúmeras vantagens. Vejamos; quando não aceitamos por ofensa os maus tratos dessas pessoas elas não conseguem contaminar o nosso ânimo e nem nos afetar de forma alguma. Compreendendo que essas pessoas são, em verdade, seres humanos carentes que enfrentam grandes dificuldades consigo mesmo, podemos exercitar sentimentos nobres como a compaixão que tão bem nos faz a alma. Ou seja, só temos a ganhar! Com o tempo percebemos o quanto isso pode gerar de satisfação e bons sentimentos em nós e, então, naturalmente passamos a auxiliar pessoas difíceis a entender, pelo nosso exemplo, que vale a pena confiar em nossas melhores disposições para nos manter animados e alegres na vida.

Não aceitemos, pois, jogar um jogo que não é nosso! Saiamos da roda-viva do revide; não permitamos que outras pessoas definam a nossa maneira de lidar com as situações da vida.

Suely Buriasco
suelyburiasco@uol.com.br

2010-11-16T15:40:46+00:00
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