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Relacionamento na era digital

Por Suely Buriasco

A postagem de uma adolescente numa rede social me intrigou: “Eu já nem fico mais, agora eu quero mesmo que o amor flua”. Tive que pedir ajuda a outra adolescente para saber que agora muitos estão aderindo ao “fluir” que corresponde a uma relação ainda mais efêmera do que o “ficar”. Isso me inspirou algumas reflexões:

Ausência de compromisso

A tônica que move os relacionamentos tidos como atuais ou modernos parece mesmo ser a ausência de um significado que promova maior envolvimento, principalmente em nossos jovens. A busca por um parceiro(a) nem de longe equivale a um engajamento, aliás isso é o que eles dizem não querer. Parece claro que qualquer correlação com o pavor da rejeição não é mera coincidência, funciona assim: “se eu não me comprometo, também não corro o risco de ser rejeitado”.

Relacionamentos digitais

O que interessa mesmo é o relacionamento digital, a troca de mensagens nas redes sociais, os inúmeros aplicativos, os encontros virtuais que até podem dar origem a encontros físicos, desde que não se prolonguem à ponto de atrapalhar o tempo conectados. Uma pesquisa realizada recentemente nos EUA e publicada na revista “Archives of Sexual Behavior“, dá conta de que o jovem hoje faz menos sexo do que a geração de seus pais; isso num momento em que a sexualidade está muito mais liberada.  O grande lance agora são as trocas de mensagens na internet que precisam ser instantâneas e imediatas de qualquer lugar e a qualquer hora.

O comportamento adulto

Essa nova forma de expressão da sensualidade está atingindo também a muitos adultos que buscam desfazer-se de suas frustrações românticas. Mas é preciso que se atentam ao fato de que cabe a eles a orientação dos mais jovens, principalmente aos de suas responsabilidades e, não há como negar que qualquer realização, seja pessoal, amorosa ou profissional exige comprometimento, primeiro consigo mesmo e depois com os outros.

Por fim há de se esclarecer que o amor e sequer a paixão “fica”, muito menos “flui”. A paixão aproxima de forma a despertar o desejo de se envolver e o amor é esse envolvimento que se edifica continuamente. Não existe paixão, muito menos amor onde não haja algum tipo de engajamento. Não se pode prever ao certo as consequências desse comportamento, mas é fato que não há sentido algum em uma vida sem compromisso.

Isso é, realmente, preocupante!

 

 

 

2015-06-12T14:41:44+00:00
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