Por Suely Buriasco
Já ouvi muita crítica sobre vivermos uma época em que a felicidade virou uma obrigação e que nunca se falou tanto nela. Eu não vejo as coisas bem dessa forma; acredito que a felicidade é um direito e, como tal, deve estar em nossas maiores prioridades de vida. Ninguém consegue ser feliz por obrigação, por que a felicidade é sentimento, tem que surgir lá no íntimo, onde não há como se enganar, muito menos servir de aparência.
Mas talvez seja verdade que nunca se ouviu falar tanto nela, afinal estamos percebendo que enfrentar os desafios da vida com alegria, aumenta a disposição e revigora as energias. A autoconfiança, consequência da boa autoestima, tem se mostrado fundamental para o bom desempenho tanto na vida pessoal, como profissional. Com certeza, muito tem se falado sobre isso, mas é preciso que estejamos alertas para que a busca pela felicidade não se torne a busca apenas pela aparência.
A exposição nas redes sociais, por exemplo, incentivam pessoas que cultivam o gosto de demonstrar sentimentos que nem sempre são verdadeiros e, por outro lado, isso causa certo descontentamento em quem “assiste” a tanta felicidade. Duas situações muito negativas; a primeira porque quem vive de aparência não se dedica a essência e, portanto não busca ser feliz realmente; a segunda porque quem vive reparando na vida dos outros, não tem tempo de investir na própria vida.
Buscar a felicidade não é ignorar a realidade e sim enxergá-la sob um ângulo otimista, afinal a maneira como encaramos qualquer situação definirá como iremos nos sentir. Todos nós temos nossas dificuldades e nem tudo é cor de rosa na vida de ninguém, mas é possível encarar os momentos difíceis como aprendizado, buscando agir sempre de forma a sentir-se satisfeito consigo mesmo.
Assim, penso que a felicidade deve ser aclamada, mas principalmente vivida de forma real e verdadeira. Quem é realmente feliz não tem necessidade de aparências; demonstra em atos, na forma de viver e inspira outras pessoas. A felicidade depende, pois, de cada um, da forma como busca exemplos e se dedica a vivenciá-los em sua alma. Acredito na felicidade como consequência da gratidão que nos faz valorizar tanto as coisas boas, que as outras ficam para segundo plano.
Apesar das críticas, o fato é que ser feliz não é um luxo ou trivialidade; é uma necessidade e um direito incondicional de todo o ser humano.