Por Suely Buriasco
São alarmantes os últimos dados do relatório da Organização Mundial da Saúde divulgado nesse mês de setembro de 2019: “O suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, atrás apenas de acidentes de trânsito. E a cada 40 segundos uma pessoa se suicida, sendo que 79% dos casos se concentram em países de baixa e média renda”. É preciso entender a necessidade fundamental de tratar com seriedade o assunto, afinal isso está acontecendo ao nosso redor e, provavelmente, com muitos que lerão esse artigo.
O fato é que pais e educadores não podem mais perder oportunidades de se aproximar de seus jovens através do diálogo sobre o tema. Com certeza vivemos um período em que muitos adolescentes estão se identificando com situações como o bullying, ausência dos pais, abusos sexuais, emocionais e de toda ordem. São questionados também os papéis da família, amigos e escola.
No meu trabalho comprovo todos os dias o quanto as pessoas se amam, se importam, mas não se entendem. A medida em que os canais da comunicação são desbloqueados a surpresa aumenta. Verdadeiramente, ninguém sabe o que se passa na mente do outro sem perguntar, escutar e manter um diálogo empático. É fundamental escutar os adolescentes, perguntar suas opiniões, observar suas reações e então analisar o que eles realmente necessitam ouvir. Essa aproximação, certamente, terá consequências muito saudáveis, podendo ser o diferencial de vida para esses jovens.
Mais positivo do que ignorar ou condenar os temas como o suicídio e a depressão é abrir o diálogo e produzir maior compreensão e aproximação familiar. Além das nossas próprias verdades precisamos enxergar as dos outros, considerando as suas importâncias. Mais do que nos importar é preciso olhar com empatia para os nossos jovens e para todos os que nos rodeiam. Muitas vezes as pessoas estão pedindo socorro de uma maneira que não entendemos e pode ser tarde demais quando percebemos.
O grande engano é não acreditar na possibilidade disso estar acontecendo com alguém bem próximo, talvez com você mesmo. É preciso estar atento, pois, a depressão é uma doença silenciosa e traiçoeira. E, se você que esta lendo tem sentido na pele esses efeitos, lembre-se de que como qualquer doença, a depressão requer cuidados profissionais. Não tarde a buscar ajuda!