Por Suely Buriasco
Se você acha que para ter paz só precisa ficar quieto e aceitar tudo, você não entendeu nada. Na zona de conforto não há paz e sim uma acomodação nociva que dilacera a dignidade e extermina a autoestima. É preciso que se esclareça que a ausência de conflitos não configura paz. Ouso dizer além: a paz é fruto do conflito.
A paz compreende um conjunto de atitudes que, comumente, geram conflitos por representar uma transformação cultural. Toda mudança gera perturbação, mesmo que seja para o progresso. Mudar é uma dificuldade humana, afinal, constitui a quebra de paradigmas que foram transferidos por gerações. Mudar é olhar para os próprios “pré-conceitos” e determinar quais não lhes servem mais. Isso exige autoconhecimento, determinação e, claro, atitude. Por isso é possível afirmar que a paz exige ação e começa em nós mesmos.
Então surge a compreensão de algumas ações básicas para a promoção da paz:
Invista em autoconhecimento – lembre-se que toda mudança começa por si mesmo.
Pratique a empatia – sinta o outro em seu próprio contexto, sem julgamentos ou preconceitos.
Exija seus direitos – não aceite nada, nem ninguém, que o diminua ou discrimine.
Preze pelos direitos alheios – jamais diminua ou discrimine quem quer que seja.
Rejeite qualquer tipo de violência – pratique a não violência ativa em todas as formas: física, sexual, psicológica, econômica, social…
Seja generoso – compartilhe boas ações, seja otimista, ouça com atenção e fale com sabedoria.
Pratique a solidariedade – considere a necessidade de olhar para o mundo com mais amor: preserve a natureza, cuide dos animais e se dedique ao desenvolvimento de sua comunidade.
A implantação da Cultura da Paz se faz do indivíduo para o grupo, ou seja, inicia-se no despertar do eu e se amplia para o coletivo. É necessário autoconhecimento e também um entendimento social mais significativo. Por isso tem por consequência uma profunda mudança na interação e posicionamento nas relações. E é aí que os conflitos tanto íntimos, como externos acontecem. É preciso estar ciente de que a transformação social que aspiramos é uma luta que venceremos pela persistência e autodeterminação.
Ao nos identificar e posicionar em nossos direitos acabamos por perceber o direito do outro e a importância de seu posicionamento no mundo. Isso gera a compreensão do respeito como base de uma vida mais útil e feliz.