Sempre me emociona ouvir a música “Perfect” na voz de Ed Sheeran. A melodia eleva minhas vibrações e a letra desperta minha porção poeta que, muitas vezes, fica em segundo plano. Essa doce melodia acaba me transportando mentalmente para um lugar lindo onde danço sozinha com os pés na grama macia. Nossos “lugares mentais” são oásis onde podemos relaxar e nos energizar. Esses lugares existem, são perfeitos, criações que dependem unicamente de quem os desejar.
Dessa vez preferi me manter de frente ao computador para refletir sobre essa perfeição que aspiramos e que, na verdade, só existe em alguns breves momentos em nossos pensamentos. Quem busca perfeição em pessoas e situações sempre acaba se desiludindo e, ainda pior, se revoltando. Até porque mais do que vivemos, nós convivemos, e o que é perfeição para um pode não ser para o outro. Acredito que aceitar a perfeição como sendo uma ilusão pode ser muito saudável, pois nos motiva a aceitar situações e pessoas, buscando mudar exclusivamente aquilo que nos é próprio.
Viver é muito mais do que sonhar, é agir e esperar o tempo necessário. Como se fosse uma safra, há o plantio e o tempo para a colheita. É, essencialmente, uma busca de aperfeiçoamento pessoal e social, já que também temos nossas cotas de responsabilidade com o meio em que vivemos. Acontece que essa “safra” é contínua. Sempre é preciso agir e aguardar os resultados. Citando Luís Fernando Veríssimo: “Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”.
Nunca estamos prontos, passamos por situações e vamos aprendendo com elas. As pessoas que amamos são as que têm maior potencial de nos ensinar, porque são elas que nos decepcionam e nos inspiram a nos reinventar. Não dá para ter a resposta pronta, o máximo que podemos fazer é querer aprender sempre, nos esforçar e fazer o que podemos, o que entendemos que precisa ser feito. É preciso aceitar que esse entendimento também vai mudar, vai se ampliar e, muitas vezes teremos que nos perdoar. Nesse processo evolutivo precisamos compreender nossos atos do passado, afinal não pensávamos como pensamos hoje.
Assim é a vida… A gente vai vivendo e aprendendo. Um movimento de ser a cada dia melhor do que se foi ontem. Essa é a essência e aí está a beleza.